paqueca de milho
lanches,  receitas

Panqueca de milho (arepa abrasileirada) – R$ 1,21

Andei pensando em ser mais enxuta nos textos que escrevo aqui. Até que uma pessoa me escreveu falando que não tinha interesse nas receitas, mas não perdia um único texto do blog. Achei sensacional! Deve ter gente que só espia os ingredientes, outras que curtem os textos e, quem sabe, uma ou outra que gosta do pacote todo. 
 
Podem me escrever a vontade. Não criei esse negócio pra massagear meu ego. Não quero atingir 1 milhão de seguidores no Instagram ou ganhar uma medalha do Facebook. Me interessa a interação, as pessoas incríveis que tenho conhecido, o quanto cada uma têm me ensinado e, quem sabe, posso contribuir com uma coisa ou outra. 
 
Fico com receio dessa coisa de ser um exemplo. Principalmente se for um exemplo de algo que não está muito claro. Tenho medo que as pessoas me compreendam mal. Eu não sou fitness e tenho pavor dessa onda de nutricionalizar demais a alimentação. Tenho me interessado mais na história dos ingredientes do que nas propriedades nutricionais deles. Tenho comido mais arroz branco, sem me culpar por não ter escolhido o integral. Tenho comido pão caseiro, sem medos. Ando tendo pavor de livros de receitas. São todos iguais, todos domesticadores, caixinhas onde precisamos nos encaixar em vez de deixar a criatividade solta na frente do fogão.
 
Enfim.
 
O café da manhã é a minha refeição preferida. Deve ser porque a vida inteira eu só tomei nescau com leite. Hoje eu faço coisas, misturo frutas, coloco ervas em infusão, bato farinhas, tiro bolos do forno, pães, surgem panquecas na frigideira. É delicioso. Uma pena ter que ir trabalhar e não poder ficar na mesa até o meio-dia. 
 
Tenho buscado comer coisas o mais verdadeiras possível. Que já foram inventadas pelas nossas bisavós, não pela indústria. Gosto muito de tapioca de manhã. Quando como, me sinto fazendo parte de algo maior, me sinto acolhida e integrante dessa coisa maravilhosa que a gente chama de Brasil. Ninguém vai me convencer de que existe outra coisa capaz de nos unir tanto quanto a mandioca. 
 
Agora tô começando a minha fase de foco no milho. Sempre amei milho, mas odeio os enlatados. Sei identificar desde pequena quando o milho é de verdade ou de latinha. Sempre odiei milho no cachorro quente, na pizza, no macarrão, essas coisas. E amava incondicionalmente a pamonha e o milho do carrinho do tio da praia. 
 
Por causa dessa fase, tenho comprado farinha de milho. Na verdade, é coisa do Lúcio, não minha. Ele tem feito uns pães incríveis com farinha de milho. Então ela tá aqui no armário dando sopa. Lembrei que já tinha feito arepas colombianas com uma farinha que ganhei, muito parecida, e resolvi testar em casa, ver se dava pra fazer panqueca de milho.
 
Não só deu, como ficou uma delícia imensa. E prático. E com sabor de aconchego, cheiro de infância. Recomendo baldes!
 
A receita deve ser feita no olho. Liberte-se de receitas, por favor! Pra quem ainda é inseguro nesse quesito, incentivo a tentar mais, arriscar, não se cobre perfeição sempre. Temperar nunca vai levar à perfeição, algo absoluto. 
 
A massa deve ficar em ponto de mingau. Nem líquida, nem seca. Pra dar certo, a frigideira tem que estar bem quente e deve ser untada com um pouco de óleo ou azeite. 
 
Sobre o preço: Usei a farinha orgânica, que paguei R$ 9/kg. Se você usar a normal, o preço da panqueca deve cair pela metade. 
 
Vai dizer que não dá vontade de comer? Confesso que comi metade com as mãos.
Ingredientes para 1 panqueca bem servida
3 colheres de sopa bem cheias de farinha de milho (fubá)
1/2 xícara de água (pode variar de acordo com o tipo de farinha)
temperos de sua preferência

Atenção: Há milhões de tipos de farinha de milho, de texturas bem diferentes. Use a mais fina que encontrar. Não pode ser a flocada, ok?
 
Observação: você pode colocar sal ou não. Pode colocar um pouco de melado de cana e canela, ou coco ralado, rapadura, goiabada. Pode colocar orégano, páprica, cheiro verde, pimentas, o mundo é o limite. Nesse da foto: temperei com uma pitadela de sal, gergelim preto e salsinha. Apenas. 
 
Como eu fiz
Misturei todos os ingredientes numa tigela. Fui mexendo até a farinha absorver bem a água. É bom esperar uns 2 minutinhos nesse processo. Esperei a frigideira ficar bem quente, coloquei dois fios de azeite e despejei a massa lá. Espalhei a massa com uma colher grande. Esperei o lado de baixo da panqueca ficar bem sequinho e dourado, depois virei e repeti o processo. 

Atenção:A sua frigideira tem que ser antiaderente e não ter o hábito de grudar tudo. Se ela não for das melhores, você vai precisar untar com mais azeite. 

Dica valiosa: Muita gente tem me escrito relatando dificuldades com essa receita. Não esqueça de deixar a frigideira bem quente antes de despejar a massa. E só vire de lado quando tiver bem tostadinha em baixo. O fogo precisa estar baixo pra não queimar. Se mesmo assim a sua arepa ficar muito quebradiça ou não atingir a textura de panqueca, coloque 1 ou 2 colheres de sopa de aveia em flocos na massa. E se ainda assim tiver dificuldade, um tiquinho de farinha de trigo ajuda a massa a ter mais estabilidade.
 
Me conta que história essa receita te faz lembrar?

33 Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *