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Moqueca de caju – R$ 8,86

moqueca de caju e acompanhamentos
Quem disse que comida é só um bando de ingredientes misturados dentro de um prato? Comida é cultura, ajuda a contar a nossa história. É por isso que eu tenho pavor de whey protein. 

E entre os pratos que mais ajudam a contar a história do nosso país está a moqueca. Dei uma pesquisada sobre a origem da delícia colorida e descobri que ela começou com alguns povos indígenas. Eles criaram o hábito de cozinhar peixes em um caldo bem temperado dentro de uma panela de barro. Os portugueses acrescentaram alho e cebola nesse prato e os negros, o leite de coco e azeite de dendê. Ou seja, é uma mistura imeeensa!

Até pouco tempo atrás eu vivia bonitona achando que moqueca era coisa da Bahia apenas. Mas fui entrevistar o chef de um restaurante bem tradicional daqui de Floripa e ele me disse que cresceu comendo moqueca, assim como os pais dele também cresceram aqui se entupindo de dendê. Não é maravilhoso? Fui mais uma vez pesquisar, porque sou obsessiva por pesquisas (e o Google nem me patrocina) e descobri que a moqueca é tradicional na maior parte dos estados que compõem o litoral brasileiro. Achei bafo. 

Só que cada região tem as suas peculiaridades. Na Bahia, eles capricham na pimenta. Aqui em Floripa, se come com arroz branco e pirão. A moqueca capixaba leva menos temperos e nem sempre é finalizada com azeite de dendê. E assim vai. 

Como eu não como peixe, vamos falar de versões vegetarianas de moqueca. Já fiz várias vezes a de banana da terra. Fica uma delícia, mas nada de comer rezando. Também já provei a de palmito por aí e achei apenas digna. Até que Dona Neide, também conhecida como minha mãe, trouxe toneladas de caju do Rio Grande do Norte. Perguntei no perfil do Instagram o que fazer com eles e muita gente recomendou m-o-q-u-e-ca. Aliás, a galera me mandou mais sugestões. Já fizeram e recomendaram uma versão com abobrinha e outra moça, ousadíssima, já fez com mandioca e abóbora

Olha, mas essa de caju é muito surpreendente. Comeria todos os dias da vida. A textura dele é muito suculenta e caiu como uma luva nesse caldo temperadíssimo!

A foto não ficou maravilhosa, para variar, porque estávamos famintos e com pressa pra comer.
Então vamos à receita. É fundamental ter uma panela de barro para tal. Porém, as minhas ficaram na mudança na casa da minha sogra, em São Paulo. No apartamento que eu moro hoje, provisoriamente, não tem nenhuma. Se você tiver, maravilhoso. O barro da panela ajuda a deixar a moqueca quente por mais tempo e também evita que o leite de coco talhe. Senão, faz com a normal mesmo. Segue o bonde. 

Aí estão os ingredientes. Não tem nada de diferentão, difícil de encontrar.
Ingredientes – serve 3 pessoas
⠂3 cajus cortados em fatias
⠂3 tomates picados em cubos
⠂1 cebola roxa cortada em cubos
⠂1 pimentão verde cortado em rodelas finas (é o mais barato)
⠂1 xícara e 1/2 de leite de coco
⠂azeite de dendê a gosto (usei 3 colheres de sopa)
⠂1 colher de sopa de urucum (ajuda a tirar a acidez do tomate e dá aquela cor maravilhosa)
⠂sal a gosto
⠂2 pimentas dedo de moça cortadas em cubinhos (opcional)
⠂coentro/salsinha a gosto
⠂gotas de limão a gosto (opcional)

Como eu fiz
Refoguei a cebola com 1 colher de azeite de dendê. Depois de dourada, acrescentei a pimenta, o tomate e o urucum. Deixei cozinhar por uns 5 minutos e coloquei os cajus, as rodelas de pimentão, o sal e o leite de coco. Deixei cozinhar, sem mexer, por 15 minutos. Desliguei o fogo, acrescentei outras 2 colheres de dendê, algumas gotas de limão e o coentro picadinho.

Comi com pirão (feito de farinha de mandioca, sal e um pouco do caldo da moqueca) e arroz, ouvindo Maria Bethânia. ?

3 respostas

  1. Bom dia, adorei conhecer sua página no insta e agora sempre visito seu blog, vc faz receitas super práticas, parabéns!
    Mas fiquei com uma duvida, o caju não precisa deixar marinando no limão e vinagre ou espremer ele antes de cortar? É tipo, só cortar mesmo com caldo e tudo? Bjs e obrigada.

  2. Muito obrigada!!! Eu não fiz nenhuma dessas coisas. Tem gente que gosta de espremer bem o caju antes, mas eu gosto do suco dele na moqueca. Acho o caju suculento por si só. E deixar marinando também é uma boa opção pro sabor dos temperos ficar bem apurado, mas eu não deixei não. Se fosse banana da terra ou palmito, eu deixaria marinando sim, porque eles têm um gosto menos marcante.

    Um beijo!

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