Pros pequenos: bolinhos de batata doce – R$ 4,17

     Não tenho filhos, mas tenho um blog de comida. Isso faz com que eu sofra uma pressãozinha de amigas e familiares provedores de crianças para produzir conteúdos sobre alimentação infantil. Meu conhecimento sobre o assunto se resume à história de que minha mãe me enganava com berinjela, dizendo que era peixe. Só. Eu também sou um exemplo maravilhoso de que nem sempre a criança vai gostar das coisas que os pais gostam. Na minha casa nunca teve refrigerante, meus pais comiam toneladas de legumes e eu sonhava com refrigerante e cuspia o brócolis. Mas vamos logo pro assunto de hoje, antes que esse post vire um desserviço. hahahaha Como não sou nutricionista nem pediatra, não posso sair dando dicas. Mas posso indicar leituras e materiais confiáveis sobre o tema, né?
   Pra começar, recomendo que você dê uma olhada no Guia Alimentar para bebês e crianças vegetarianas, organizado pela nutricionista Thaisa Navolar, que conheço e que faz um trabalho maravilhoso aqui em Floripa. Além de desvendar mitos, como o de que as crianças precisam de leite de vaca depois dos 6 meses de amamentação exclusiva, o documento também ensina a compor um prato completo, apresenta as estratégias possíveis de introdução alimentar e traz receitas recomendadas para crianças a partir de 1 ano. Algumas receitas do livro são das minhas amigas e deusas Tabata Iglesias e Julia Harguer, mães da Aurora e da Domi, veganas desde o nascimento.
      Outro documento referência no tema é o Guia Alimentar para crianças até 2 anos, do Ministério da Saúde. Ele deixa claro, mais uma vez, que leite de vaca não é necessário para o desenvolvimento dos bebês e jamais deve ser entendido como um substituto ao leite materno. Tem outro trecho do guia que eu quero destacar, principalmente pro caso das famílias que consomem laticínios.
     “Muitos produtos vendidos como ‘alimento infantil’ utilizam leite como ingrediente, mas são adicionados de açúcar e aditivos químicos. Leites aromatizados, achocolatado de caixinha, bebidas lácteas adoçadas, iogurtes adoçados, com sabor e coloridos, iogurtes com mel e tipo petit suisse são bastante comuns na mesa das famílias brasileiras. Não se engane, esses são alimentos ultraprocessados e não devem ser oferecidos à criança.”
    Outro material que já li e recomendo é o livro da Bela Gil sobre maternidade. Tem um capítulo inteiro sobre introdução alimentar, onde ela explica as experiências com a Flor e com o Nino, inclui informações nutricionais e receitas por faixa-etária.
    Agora, a receita que trago aqui embaixo não tem indicação de idade. É pra todo mundo. Uma amiga com filho de 3 anos me pediu pra ajudar com ideias de preparações pra comer com as mãos, sabe? Porque o filho dela ama dispensar os talhares. hahahahaha Então bora lá. Faça as adaptações necessárias de acordo com o gosto da família e as necessidades da criança. Ah! Essa é uma receita maravilhosa para fazer COM os pequenos, hein?
Eu amo que fica crocante por fora e macio por dentro
Ingredientes
⠂1 xícara de feijão fradinho ou grão de bico cozido com louro
⠂1 xícara de batata doce cozida com casca
⠂2 colheres de sopa de orégano
⠂1 punhado de ervas frescas picadas (usei salsinha e cebolinha, mas manjericão fica tudo também)
⠂1 colher de chá de noz moscada ralada na hora ou gengibre em pó
⠂sal a gosto (ou sem sal, de acordo com a faixa-etária da criança)
⠂cerca de 1/2 xícara de gergelim pra empanar
⠂2 colheres de sopa de azeite
Rende de 10 a 20 unidades e pode congelar as bolinhas antes de assar

Como eu fiz
     Comecei pré-aquecendo o forno (mas você pode fazer na air fryer também). Numa tigela grande, amassei a batata doce e o feijão com um garfo. Se você tiver processador em casa, mais fácil ainda. Acrescentei todos os ingredientes restantes, menos o gergelim, e fiz bolinhas. Pra moldar todas num tamanho padrão, você pode usar uma colher de pegar sorvete, sabe? Num prato fundo, joguei um pouco de gergelim e fui empanando as bolinhas. Despejei todas as unidades numa assadeira untada e deixei no forno por 30 minutos a 200 graus. A textura tem que ser macia, mais firme.
    Você pode servir assim ou com algum molho, recomendo a maionese de abacate aqui do blog, ou o catchup caseiro, ou um molho de pimenta do seu gosto.

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