Tem óleo mocinho e óleo vilão?

diferentes óleos culinários vegetais
Não adianta a gente viver uma vida linda a base de vegetais se cozinhar um arroz e um feijão com toneladas de óleo. Eu mesma adoro pipoca, bolo, legumes na chapa, hambúrguer grelhado e uma mandioca frita de vez em quando. E tudo isso inclui o que? Muita gordura.

Conversei com a nossa nutricionista parceira do Comida Saudável pra Todos, a Débora Bottega, sobre esse assunto e a dica dela é muito importante: não existe nenhum tipo de óleo que podemos usar sem moderação. Nem o óleo de coco, que a galera anda tomando como se fosse água. Todos precisam ser usados em pequena quantidade, sem exageros. 

Não, este não é um post patrocinado. Divulguei as marcas que uso sem ganhar nem uma bala de hortelã porque preciso ser o mais transparente possível aqui, mostrar a minha cozinha como ela é.


Não existe nenhuma gordura, segundo a Débora, que pode ser levada a altas temperaturas e ser saudável ao mesmo tempo, a ponto de poder ser consumida sem limites. Mas, se usadas com moderação junto com uma alimentação saudável e equilibrada, não existe óleo prejudicial, com exceção das gorduras processadas. 


As gorduras processadas devem ser totalmente excluídas da nossa vida. Elas aparecem nos rótulos dos alimentos como gordura vegetal hidrogenada, gordura trans ou apenas gordura vegetal. São comuns em biscoitos recheados, até mesmo naqueles que dizem ser integrais, sorvetes, massas, temperos prontos, salgadinhos, macarrão instantâneo e em alguns suplementos alimentares. Por isso, leia os rótulos sempre!!!!


Já há pesquisas que comprovam que essas gorduras aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Elas já foram banidas em vários países e aqui no Brasil foi aprovado um projeto de lei que proíbe o uso de gorduras vegetais parcialmente hidrogenadas na fabricação de alimentos. Mas as empresas tem até 2020 pra se adequar a essa legislação, então fique atento aos rótulos e SEMPRE pergunte qual óleo é usado nos restaurantes e bares que você frequenta.


A mesma coisa serve para as margarinasque eram produzidas a base de gordura vegetal hidrogenada e agora são feitas a base de óleos vegetais interesterificados que, na verdade, são tão ruins quanto. Dos outros óleos, que usamos em casa mesmo, basta termos dois cuidados: 

→Usá-los com moderação, o mínimo possível. 

→ Não aquecê-los demais pra não ultrapassar o seu ponto de fumaça, que é o ponto que em que o óleo entra em decomposição e forma a acroleína, uma substância tóxica para o organismo. Uma outra substância formada quando os alimentos são excessivamente cozidos a altas temperaturas é a acrilamida, substância considerada cancerígena. Leia mais aqui. 

Os óleos de soja e o de girassol não devem ser utilizados para fritura ou para preparos no forno acima de 120 graus, porque têm mais chances de formar essas substâncias tóxicas. Pra esses casos, o melhor é o óleo de milho.

Para grelhar e refogar, os melhores óleos são o azeite de oliva e o óleo de soja orgânico prensado a frio

Agora vamos falar da vida real porque os bons óleos encarecem, sim, as receitas. Segue, abaixo, a lista de óleos que eu uso, a função de cada um na minha cozinha e os preços que eu pago.

Óleo de gergelim torrado
Preço: Eu paguei R$ 32 a garrafa de 500ml. Parece caro, mas dura mais de um ano na minha casa. 
Como usar: É um excelente tempero pra saladas, legumes refogados, pastinhas e molhos. Combina muito bem com pratos asiáticos, como yakissoba. 
Benefícios: Além do sabor incrível, ele é um ótimo cicatrizante. Sempre uso pra pequenos cortes e queimaduras no corpo. 
Atenção: Não utilizar em preparações que serão aquecidas a altas temperaturas.

Azeite de dendê
Preço: Eu paguei R$ 6,50 o vidro de 200ml. 
Como usar: Eu uso muito pra fazer farofa e moquecas. 
Benefícios: Rico em vitamina A e vitamina E.
Atenção: A nutricionista Débora Bottega não recomenda o uso de rotina pelo alto teor de gordura saturada. Seu uso moderado não é prejudicial em uma alimentação equilibrada.  

Óleo de girassol
Preço: R$ 5,75 a garrafa de 900ml. 
Como usar: Eu uso pra fazer bolos. 
Benefícios: Apesar de não ser um bom óleo, ele não é transgênico como o de milho e soja.
Atenção: É rico em ômega 6, uma gordura com potencial ação inflamatória se consumida em excesso.

Óleo de soja orgânico prensado a frio
Preço: R$ 9,90 a garrafa de 500ml. 
Como usar: Eu uso pra grelhar legumes ou hambúrgueres na chapa e fazer pipoca.
Benefícios: O fato de ser orgânico e prensado a frio o torna a melhor opção entre os óleos comuns. 
Atenção: Também deve ser usado com moderação mesmo sendo orgânico. 

Azeite de oliva extravirgem
Preço: R$ 26 a garrafa de 1 litro. Eu só compro no mercado atacadista e quando tem promoção.
Como usar: Pra refogar cebola e alho, temperar saladas e para finalizar pratos como massas e risotos.
Benefícios: Tem propriedades antioxidantes e preserva a vitamina E da azeitona. 
Atenção: É, sem dúvida, a melhor alternativa entre os óleos, desde que seja de boa procedência e realmente extravirgem. 

Óleo de coco
Preço: R$ 60 o pote de 1 litro. 
Como usar: Eu usaria óleo de coco em tudo, se não fosse tão caro. Faria pipoca, bolo, tomaria até banho com ele. O preço costuma variar muito. Já há marcas caseiras e regionais que oferecem um preço mais em conta. Acredito que o valor tende a cair ainda mais nos próximos anos. Maaaas, enquanto isso, eu sigo comprando o óleo de coco, não vou mentir, e faço durar pelo menos uns quatro meses na minha casa. Uso pra fazer pipoca doce, brigadeiro e outras coisas a la Bela Gil, como hidratar o cabelo, como pasta de dente e demaquilante facial. 
Benefícios: Tem muita gente por aí querendo desqualificar o óleo de côco, mas, por enquanto, não me convenceram. Primeiro porque ele vem do côco, que é um dos alimentos mais completos e nutritivos do mundo, não é transgênico como o óleo de milho e soja, e é usado pela humanidade como remédio há milhares de anos. Só não uso mais no dia a dia porque é muito caro mesmo.
Atenção: Em geral, como não são utilizados solventes para sua extração, já está em vantagens em relação aos óleos refinados. Não aquecer acima de 160ºC.

Essa é a Débora, a nossa nutri colaboradora desse projeto.

Depois de muita discussão sobre os óleos, a Débora  me fez um desafio: fazer um bolo barato e saboroso usando apenas a gordura do abacate na receita. Achei um desafio gigantesco, já que não sou muito fã de abacate pra receitas doces. Vamos lá! Começo os testes nessa semana! Se alguém souber de alguma receita, me manda!!!

5 Responses

  1. Vei, mas o olho de coco em excesso nao seria prejudicial?
    Falo isso pois discuto sempre sobre o tema com a minha irm e ela é quase vc no quesito variações de uso do oleo de coco.
    Grande beijo

  2. Cadu!! Certeza que tu nunca comprou um óleo de côco na vida, agora mora na França e quer pagar de hispster, cult e saudável. rs No texto explico justamente que nenhum óleo pode ser consumido sem moderação, inclusive o de côco, que é o queridinho do momento. Não esqueça dos amigos pobres! Beijocas orgânicas.

  3. Hahahahaha
    Resposta inapropriada ao fã aqui hein. ham! 🙂
    Ja usei pra cozinhar, acho otimo mesmo e vejo todos beneficios. As vezes, eu que sou muito radical as coisas da minha irma também, que se pudesse nadava em piscina de oleo de coco. Meu ponto foi mais no excesso. Pois conheço uma galera que por saber que saudavel faz tudo com oleo de coco. Concordo contigo mano! Memo.
    Beijos de croissant crocante saindo do forno

  4. Cadu, me responde como que os franceses sobrevivem nadando no ovo, no trigo e na manteiga? Preciso desse segredo! Te pago em 1 milhão de beijos! Sobre o óleo de côco, galera é muito louca. Por isso que não curto o rótulo de saudável em nenhum produto, porque as pessoas entendem como uma permissão pra comer loucamente, sem limites. Saudade! Em breve receita mineira em tua homenagem! 🙂

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